domingo, 17 de agosto de 2014

Autor: Desconhecido



12 de Agosto de 2014

     Esse foi o dia em que recebi a primeira carta, porem não era para mim, nem mesmo o endereço contido no envelope era o meu, na verdade era da casa ao lado. Eu nunca havia falado com meu vizinho, não era muito de sair, gostava de ter uma rotina, ela gostava muito de mim, mas foi vão guardar todos esses períodos, aquela carta, a primeira, iria mudar a minha vida, de algum jeito eu tentei fugir da curiosidade que me fazia desejar abrir o lacre, rasgar as bordas, abrir o envelope, desdobrar o meio e ler.

  “Querido, já não posso mais suportar a amargura que é viver longe de você, tento todos os dias decifrar o segredo que é o seu silêncio, conto os dias, todas as vezes que escrevo para você, e já se passaram sete desde a ultima letra que deixei partir de mim, e ao seu encontro espero estar agora.”

   Deixei que aquela declaração de amor rompesse a barreira que existia dentro do meu subconsciente, pois tudo aquilo parecia bastante previsível, alguma adolescente deveria ter escrito isso para alguém que amava muito, e que por uma briguinha qualquer, deixou-a e partiu para algo que se disponha a ser melhor, na verdade, eu era um grande fã de romances, e aquilo que li era de longe, a coisa mais clichê do mundo. Porem não julguei a carta por inteiro somente por um parágrafo, sabia como o ser humano é capaz de se tornar chato quanto aos sentimentos, e assim não foi ela me surpreendeu.

 “Você foi apenas mais um em mim vida, saiba pois que eu não lembro de nos dois, quando tudo me faz lembrar nosso tempo junto, e mais, eu não escrevo mais esta carta para que você veja o quanto ainda sofro pela sua partida, mas para que você posso guardar de lembrança quando eu partir.”

   Quem eu era para julgar agora a euforia de uma mulher, talvez menina, talvez menina mulher. Não pude captar bem os anseios que ela queria passar em suas palavras, pois ao mesmo tempo em que o amava, ela o adiava por completo, e era explicito que ela não podia selecionar o que sentir no momento, vi que a sua mão não tinha controle sobre o que invadia o seu pensamento. Ela apenas sentia.

 “Eu não falarei mais nada sobre isso, nem escreverei nenhuma carta após essa, não serei, mas a mesma, e você me vera distante, e quando sentir minha falta, só o que lhe restara será minhas ultimas palavras, não direi, pois, mais nenhuma palavra.” 

                                                             Atenciosamente, Elizabeth

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