12 de Agosto de 2014
Esse foi o dia em que recebi a primeira
carta, porem não era para mim, nem mesmo o endereço contido no envelope era o
meu, na verdade era da casa ao lado. Eu nunca havia falado com meu vizinho, não
era muito de sair, gostava de ter uma rotina, ela gostava muito de mim, mas foi
vão guardar todos esses períodos, aquela carta, a primeira, iria mudar a minha
vida, de algum jeito eu tentei fugir da curiosidade que me fazia desejar abrir
o lacre, rasgar as bordas, abrir o envelope, desdobrar o meio e ler.
“Querido,
já não posso mais suportar a amargura que é viver longe de você, tento todos os
dias decifrar o segredo que é o seu silêncio, conto os dias, todas as vezes que
escrevo para você, e já se passaram sete desde a ultima letra que deixei partir
de mim, e ao seu encontro espero estar agora.”
Deixei que aquela declaração de amor
rompesse a barreira que existia dentro do meu subconsciente, pois tudo aquilo
parecia bastante previsível, alguma adolescente deveria ter escrito isso para
alguém que amava muito, e que por uma briguinha qualquer, deixou-a e partiu
para algo que se disponha a ser melhor, na verdade, eu era um grande fã de
romances, e aquilo que li era de longe, a coisa mais clichê do mundo. Porem não
julguei a carta por inteiro somente por um parágrafo, sabia como o ser humano é
capaz de se tornar chato quanto aos sentimentos, e assim não foi ela me
surpreendeu.
“Você
foi apenas mais um em mim vida, saiba pois que eu não lembro de nos dois,
quando tudo me faz lembrar nosso tempo junto, e mais, eu não escrevo mais esta
carta para que você veja o quanto ainda sofro pela sua partida, mas para que
você posso guardar de lembrança quando eu partir.”
Quem eu era para julgar agora a euforia de
uma mulher, talvez menina, talvez menina mulher. Não pude captar bem os anseios
que ela queria passar em suas palavras, pois ao mesmo tempo em que o amava, ela
o adiava por completo, e era explicito que ela não podia selecionar o que
sentir no momento, vi que a sua mão não tinha controle sobre o que invadia o seu
pensamento. Ela apenas sentia.
“Eu
não falarei mais nada sobre isso, nem escreverei nenhuma carta após essa, não
serei, mas a mesma, e você me vera distante, e quando sentir minha falta, só o
que lhe restara será minhas ultimas palavras, não direi, pois, mais nenhuma
palavra.”
Atenciosamente, Elizabeth
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