19 de Agosto de 2014
“Já se
passaram 7 dias desde a ultima carta que escrevi, já não sei se paro ou se
parei faz tempo e o que escrevo é só a falta de não ser correspondida, porem
queria dizer o quanto esta sendo difícil para mim enfrentar a vida que levo
hoje sozinha, sempre digo a mim mesma, a dor, só sente quem sofre.”
Essa foi a segunda carta que recebi, não
sabia quantas havia perdido ou quantas o carteiro tinha errado para que essa
seguidamente chegasse ate minha casa. Li o começo e não entendi bem o que ela
queria dizer, pois perdi a parte da historia na qual ela tinha dito sobre o que
estava ocorrendo em sua vida. Porem decidi buscar mais respostas para aquelas
cartas e fui à casa do meu visinho, desconhecido até o certo momento.
“todos
os dias levanto pesando ser meu ultimo, e às vezes penso como você se sentiria
por saber isso, porem tem vezes que penso como eu ia me sentir se fosse você em
meu lugar, e agora eu já nem sei o que pensar sobre nos dois, que já não
pensamos juntos, eu só queria pensar em você sem sentir dor.”
Tudo isso me deixou atônito,
e se aquela garota agora estava pensando em fazer algo de ruim a sua vida, eu
no momento não poderia fazer nada, tinha minhas mãos amarradas àquela carta, e
meu desejo de ir ate a casa do vizinho só aumentava, pois se eu descobrisse o
que as outras cartas estavam dizendo, com toda certeza eu poderia ajudar, mesmo
que isso não fizesse o menor sentido, ate porque não é de mim.
“eu
não farei nenhuma besteira, se essa carta te preocupa, apenas deixo claro que a
vida já se encarregou de tudo isso, me deixou apenas poucos dias contados para
lhe avisar que estarei indo embora, dessa casa, dessa rua, do meu canto, aqui
onde você me viu crescer, eu só queria que percebesse todo esse muro que
desaba.”
Eu teria ficado aliviado com o começo dessa
parte, porem como ela parecia uma depressiva por inteiro, eu já me permitia
pensar em sua morte, como um caso já ocorrido, via seu corpo ao chão, alguém bem
próximo achando-o, era como se estivesse acontecendo agora e eu sentia, como
podia eu sentir algo tão desconhecido como afeto, por um desconhecido.
Atenciosamente, Elizabeth
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