quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A fábula da fábula

      Passamos, pois, por uma linda floresta, eu, meu filho e a consciência que nos acompanha em todos os lugares, até mesmo quando não queremos sua companhia. Meu nome é X, o do meu filho é Y, somos pássaros livres, amamos a liberdade e a igualdade nela contida. Porém não somos bem vistos pelas árvores, pois conservadoras alimentam o preconceito de sermos viajantes e estarmos sempre em plena mudança de ares, querem seus direitos de viverem entrelaçadas, mas não querem respeitar os nossos de vivermos como “voantes”. Não é difícil ignorá-las, pois passamos de cabeças baixas, onde a maioria ria da nossa minoria pensante, lastimável, eu pensava e olhava para o pequeno passarinho que segurava minha asa e não entendia porque não poderíamos ser livres em nossa própria liberdade.

      Sem muito voar e parar encontramos um passarinho amigo, seu nome era Z, tinha mania de se apoderar de coisas alheias, um dia queria renomear as árvores, pois achava que já estavam ultrapassadas, e com um novo nome e suas idéias iguais as velhas, mais com um pouco de mentira ele seria o rei das árvores, mesmo sendo apenas um passarinho. Porem não era lunático, nem sonhador, vivia rodeado de amigos e seguidores, onde davam a vida e matavam por idéias iguais as existentes, matavam por matar. 

      Nem notei a leveza em minha asa, foi quando olhei e vi que meu pequeno pássaro havia sumido, ele tinha sido levado pela conversa da “comunidade”, onde tudo era perfeito, tudo era belo, e com mudanças sem mudar, com um líder excêntrico e dominador, arrogante e sem pudor, em desacreditar de tudo o que tinha credito. Sempre treinei meu passarinho para voar livre, e mudar sempre foi seu lema assim como o meu.

       Voei por muitos lugares, pensei, parei, mudei, e um belo dia quando já não conseguia seguir e migrar junto com os outros pássaros, voltei para acompanhar o meu passarinho. Fui hostilizado por não ter o rosto pintado, me levaram como para o abate e jogaram-me em pés desconhecidos até certo tempo atrás, quando levantei meu bico, vi um passarinho sujo de sangue jogando sangue inocente para a sua gloria, eu vi o suor de passarinhos humildes sendo exaltados para arrancar sorrisos de Y, eu vi um passarinho que tinha tudo para ser livre, acreditar, desacreditar, aprender, crescer, entender. Hoje ele não muda, apenas aceitar como esta, porque como ter força para tal mudança se correra o risco de perder seu trono, sua mordomia. Eu voei sozinho para casa, porque meu passarinho estava acomodado com a vida fácil e cheia de ajuda.

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