26 de Agosto de 2014-11
Amanheceu como qualquer outro
dia e eu mantive minha rotina, porem quando voltava para casa encontrei o
carteiro que entregava cartas naquela rua, e não por acaso ele estava
depositando uma carta na casa onde morava o tal desconhecido no qual a garota
escrevia. Corri o quanto pude ate alcançá-lo, mas vi que era vão correr tanto,
ele já estava a dobrar o segundo quarteirão que era distante o suficiente para
desistir de correr, eu desiste.
Hoje não recebi nenhuma carta,
mas fiquei curioso com o que o carteiro poderia ter depositado na casa
abandonada. Há maior parte da verdade é que queria saber se a garota queria
acabar com a vida, ou se já teria dado fim a si.
A tarde passou e a cada minuto eu
ficava eufórico, pois já se passava sete dias e nenhuma carta havia chegado a
minha casa, mesmo que por engano, pois sabia eu que se aquilo tudo fosse
engano, alguém estava me enganando e não eu passando a perna no carteiro e na
autora das cartas. Eu me mantive imóvel a tarde inteira esperando um sinal do
carteiro ou da carta, eu me mantive inquieto quando o anormal não me mantinha na
sua normalidade. Eu me contive.
Já era noite e sabia que não chegaria
mais nada naquela noite, fechei a porta. Vi uma sombra, depositando algo na
caixa de cartas. Ela era linda. Avistei correndo para longe do meu alcance, de
vestido fino, quase transparente, quase um anjo, cabelos enrolados, com cachos,
o passo foi veloz, mas pude ver seus pés e suas sapatilhas carregadas de cor,
era vermelha, e eu me apaixonei, por sua magreza, sua leveza, sua dor.
Sábado, hoje é o dia em que não saio
não me mexo, só escuto e sinto o que me mantém vivo, na verdade, o que me mantinha
ali, era a perspectiva de vê-la novamente, era a chance de poder olhar o rosto
das cartas desconhecidas. Sentei na cadeira de balanço na varanda, abri um
livro, um, dois, três, dez, e por fim fechei-o deixando o melhor para outro
dia.
Estou criando coragem para ir ate a caixa de
cartas, pegar algo para mim, pois agora sei que nada era por engano, nem o
carteiro, nem as cartas, nem a autora, nem eu. Abro a caixa e o que vejo, me mantém
em êxtase, parado, estátua como quando criança....
Atenciosamente, Eu
0 comentários:
Postar um comentário